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Histórias

Formação de mediadores para o DAE em obesidade: um relatório de experiência

Formação de mediadores para o DAE em obesidade: um relatório de experiência

Para o Dia Mundial da Obesidade 2022, o Painel Brasileiro sobre Obesidade reuniu especialistas e organizações sobre obesidade para partilhar as suas experiências na prevenção e controlo da obesidade no Brasil. Esta é uma das suas histórias.

Qual era o objectivo do projecto?

Sou nutricionista especializado em metodologias do ensino superior e preceptoria no Sistema Único de Saúde (SUS), estou a fazer o meu doutoramento na UFBA, e estudo educação e obesidade. Sou também professor universitário no Centro de Ciências da Saúde da UFRB, e trabalho com o tema da obesidade & Nutrição em Saúde Colectiva em acções estruturadas nos tripos universitários. Tenho vindo a trabalhar num projecto de formação de mediadores para trabalhar em cursos de saúde na modalidade de ensino à distância, com enfoque no tema complexo do fenómeno da obesidade.

A formação de mediadores para trabalhar no ensino à distância envolve uma série de etapas que vão desde a avaliação do currículo, ao conhecimento sobre a área de concentração do curso, à compreensão da modalidade de ensino, à avaliação do processo de formação e à definição das atribuições e do modelo de interacção de professores e mediadores. Se esta formação se destina a um curso para qualificar os cuidados a prestar às pessoas com obesidade, a esta exigência junta-se o desafio de construir um lastro científico e pedagógico para alargar a compreensão dos mediadores relativamente à construção de novas narrativas para este fenómeno complexo e multifactorial.

Qual foi a metodologia utilizada?

A construção do modelo, a metodologia de formação dos mediadores, e a experiência e avaliação do processo de formação, realizada em 2021, foi construída por 8 membros da Comissão de Formação e experimentada por 9 professores mediadores ao longo de um período de 6 meses. Realizaram-se reuniões virtuais semanais e quinzenais no Moodle/AVA, com a participação de convidados. As reuniões foram estruturadas com um momento introdutório, apresentação do tema, discussão alargada, levantamento e sistematização dos principais pontos debatidos, apresentação de uma proposta para uma actividade, e comentários finais.

Quais foram os resultados obtidos?

Inicialmente, após a selecção de 10 mediadores, foi realizado um inquérito sobre temas relevantes para o processo de formação e necessários para o alinhamento dos conceitos teóricos que estão na base do curso. A formação teve lugar no meio da pandemia da COVID-19, num total de 40 encontros virtuais que cobriram temas "muito caros" à qualificação dos cuidados no contexto da obesidade em Cuidados Primários. As discussões abrangeram desde a sindemia global da obesidade, desnutrição e alterações climáticas; vida activa; segurança alimentar e nutricional; activismo de gorduras; corpo, saúde e território; estigma da obesidade e o desempenho dos profissionais de saúde; até processos de mediação no ensino à distância. Os mediadores relataram grande satisfação e utilização na experiência de formação, que qualificaram o seu desempenho pedagógico no curso oferecido aos profissionais de saúde na modalidade de ensino à distância. 

Como é que estes resultados tiveram impacto na vida das pessoas com obesidade?

Foi uma acção de formação de mediadores, que acompanharam a formação de 189 gestores e profissionais de saúde no curso de formação à distância oferecido pelo 'Qualificação de cuidados para pessoas com excesso de peso e obesas no contexto dos Cuidados de Saúde Primários no estado da Bahia: Integração da pesquisa, extensão e formação (PQCPSO)", mantido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com a Universidade Estadual da Bahia (UNEB), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS).

Por Carolina Gusmão Magalhães.

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